Páginas

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Ainda um feto, inocente, indefeso e já tão missino Não era para estar incubada ali naquele lugar Alojada em uma bolsa de água impassível e inanimada Sentia-se sempre estar sendo no ato de impossibilitar Envolta em uma áurea de pavor por alguém a imolar Não queria sair dessa bolsa por sentir-se protegida por ela, Sentiu-se puxada em uma ablação, e na acrimônia cortou-se o cordão umbilical. Viu o passar do tempo sempre trancada em um óbice Seus dias sempre eram enfeitados por desventuras tinha-se apenas candongas que a tornava casmurra Sua infância conturbada, traumática sempre com ofídios do seu ladoPassou a mistificar a fazer de conta que tudo iria mudar mas não foi bem assim...O fado se tornava cada vez mais pesado e os carmas eram muitosGanhou de presente da vida do mundo apenas a morbidezEntão não quis mais reagir as suas dores cansou de gritar por socorro, a cada dor fugir é sempre melhor A cada grito que dava a vida lhe batia mais e mais apenas uma criança, ninguém a ouvia, ninguém a confortava,ninguém para segurar-lhe a mão ninguém lhe dava um ombro para chorar. Fez então da dor, da tristeza, do sofrimento e da rejeição suas companhias.Os desprezo de outrem duramente fizeram-na amadurecer muito cedo criada por um mundo onde não se admitia falhas, mas podiam falhar;E por querer um pouco de atenção passou a ser estranha aos olhos de algunsPor querer notar, ser notada, foi condenada de diferente das outras.A estranha queria um pouco de carinho e recebeu migalhas Quis um pouco de respeito, sinceridade obteve restos; Amar e desejar ser amada como nunca foi e deparou com a desilusãoA estranha queria apenas um pouco do que a vida lhe negou..

Nenhum comentário:

Postar um comentário