E ela sufocava. Parecia que apertavam-lhe a garganta sem dó. Formava-se um nó, impossível de desatar. O coração batia acelerado, os olhos enchiam-se de água. Procurava a vontade de viver em cada pequeno detalhe que lhe fazia sorrir, mas passava logo, pois quando estava sozinha, tudo o que lhe fazia mal voltava com força e enchia sua cabeça de pensamentos. Desejava que não pensasse tanto, talvez assim fosse mais igual aos outros que a criticavam. Desejava também que se importasse menos, que fosse mais arrogante, assim o que lhe diziam seria irrelevante. E se não fosse o bastante, encontrou em seu refúgio escuridão, e sua vida só se tornou ainda mais escura. As enxaquecas tornavam-se constantes, mas não ligava, assim tinha algo com que se distrair. Queria largar os estudos, o mundo, a vida, mas podia? Não. E o que fez, ao invés de ir procurar sorrir, foi procurar motivos para chorar, e os encontrou. Sim, os encontrou. Tanto os encontrou que se arrepende todos os dias de ter procurado. Agora só espera o fim. Fim do ano, fim da década, fim de tudo. Mas ainda lhe restava fé, e a esperança de dias melhores.
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