E foi tão rápido quanto à passagem de uma estrela cadente em noite
quente. O nosso amor, eu digo, foi passageiro até demais. Foi como a
velocidade da luz. Logo de manhã, acordar e não poder apreciar aquele
seu beijo melado ainda com o gosto do seu batom. Sacanagem comigo. Eu
jamais te neguei aconchego e jamais te negaria amor. E você nem se quer,
para pelo menos esclarecer, me ligou. Terminamos, – e também nem
tínhamos começado – logo em uma manhã onde os raios do Sol entravam pela
minha janela. Aquele dia, por alguns segundos, me veio uma cegueira com
a luz do dia e desesperado eu te procurava ao meu lado esquerdo, na
cama. Será que já havia se levantado? Você não é de acordar muito cedo,
não antes de eu sair para o trabalho. E foi onde eu percebi que você
partira logo cedo com o ônibus das sete horas. E o que você me diz
daquela mísera carta que me deixou sobre a mesa e com uma xícara de café
do lado? Torturante. Foi tão rápido, mais tão rápido que eu nem pude
apreciar o seu abraço e a sua massagem. Foi rápido ao extremo o nosso
tão esperado – e temido – conto de fadas
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