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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Ela entra, dessa vez desacompanhada, no seu Bar-restaurante de costume e se assenta na mesa de sempre. A nova garçonete lhe entrega o cardápio e se afasta, sem saber que ela frequenta aquele lugar a algum tempo e nunca muda o seu pedido. Ela resolve vasculhar o cardápio na intenção de achar um prato novo, ou algo interessante. Ela só precisava se distrair. Quando a garçonete volta e pergunta qual o seu pedido. Não ouve uma resposta. Os olhos dela estavam fixo à mesa da frente. A garçonete torna a perguntar e nada de ouvir uma resposta. Ela pergunta uma terceira vez, já sem paciência e ela responde:
- O de sempre. Sem se quer desviar o olhar. A garçonete sem jeito reponde:
- Moça, sou nova aqui, poderia me falar o que você quer dizer com “o de sempre”? Ela então retorna a Terra, depois de seus pensamentos terem viajado para algum outro planeta qualquer por alguns minutos e diz:
- Me traz o número três pra comer e o cinco pra beber. A garçonete anota o seu pedido e desaparece atrás do balcão. Ela então coloca seus fones de ouvido e tenta de toda forma se distrair, mas vez ou outra lança um olhar à mesa da frente. A garçonete volta e a assusta. Despeja seu pedido sobre a mesa e pergunta se ela quer sobremesa. Sem hesitar ela aponta para o rapaz que esta sentando na mesa da frente, aquela que ela não parava de olhar e diz:
- Tá vendo aquele menino de jaqueta preta? Aquele que fecha os olhos quando sorrir? O que esta sentado do lado direito e tem o cabelo espetado? A garçonete acena com a cabeça como quem diz que sim, sem entender o porquê ela teve que descreve-lo daquela forma. Ela torna a dizer:
- Ele é meu ex namorado e eu sempre vinha aqui com ele. Rebecca, a antiga garçonete daqui já nos conhecia e sabia do que gostávamos. Eu que o trouxe aqui e disse que era o meu lugar favorito, não sei como ele ouse pisar aqui com aqueles pés imundos, sem mim. O canalha saiu numa noitada com os amigos e foi estúpido o suficiente pra deixar as fotos dele e de uma piranha qualquer, que nem deve ter lhe dado um orgasmo naquela noite, no seu próprio celular. Eu sei que você não tem nada a ver com essa situação, ma não consigo para de falar de tanta raiva. A garçonete - ah, seu nome era Amanda - sem saber o que dizer, responde:
- Homens! Mas então vai querer algo de sobremesa? Ela responde:
- Sim, bate aquele cafajeste-idiota-burro no liquidificador e me faz um coquetel de esquecimento, por favor.

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