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terça-feira, 29 de maio de 2012

Ninguém vai te fazer sorrir como eu fazia. As piadas das outras pessoas não terão a mesma graça. Você irá sorrir por educação e não porque realmente achou graça. Então você se lembrará de mim. De como as minhas piadas sem graça te faziam sorrir, eu sei que você não ria das minhas piadas, mas sim, do meu jeito engraçado de contar, de não saber contar. Você ria da forma como eu começava rir antes mesmo de terminar. Ria do gesto que eu fazia com a mão como quem quer dizer “entendeu”. A minha ausência irá te assombrar, eu sei. Ninguém vai te mandar ouvir músicas que irão te trazer nostalgia, como as que eu te indicava. E se por ventura, alguém te pedir pra ouvir umas das minhas músicas eu sei que você irá se lembrar de mim. E nesse momento vai sentir o peito apertar, a saudade sufocar. E por alguns segundos, com o celular em mãos, vai querer me ligar. Vai escrever algum torpedo qualquer, mas vai hesitar em me mandar. E no fim do dia, quando a noite chegar e a carência aumentar, eu vou te assombrar. A minha presença vai te visitar e como quem não quer nada vai ser inevitável não se lembrar. De mim, de nós ou do que um dia já fomos.

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