Só
lembro que tocava Paul McCartney, que fazia frio, e que eu dizia coisas
que eu nunca imaginava que fosse capaz de dizer. Coisas que sempre
bradei para as paredes, mas que agora encontraram destinatário. Esse
sentimento não cabe em mim. E agora? E se tudo isso que você finge não
ver é só a ponta do iceberg? Eu acho que muita gente deve estar tendo os
mesmos pensamentos que eu, nesse momento. É como se eu fosse um texto
em que você só leu o primeiro parágrafo, ou apenas o título, ou até
mesmo simplesmente ignorou por não gostar da ortografia do escritor. E
eu não falo de dor. Eu falo da angústia que é não sentir nada. Eu falo
da vontade de chutar a tua porta com as duas pernas e gritar uma porção
de coisas nos teus ouvidos até você acordar assustada. Isso já te faria
me conhecer um pouco melhor, e saber do que eu sou capaz. E talvez seja
só um problema de auto-estima.
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