Eu, a garota triste que sempre estava com um livro na mão. Ninguém nunca
entendeu o porquê de tanto eu ler. Eu explicava ´´eu gosto de ler,
apenas´´. Livros de romance, ficção, drama, tudo que me interessava eu
lia. E não era só porquê eu gostava de ler, tinha mais coisa por trás
disso. Sim, eu sempre fui a esquisitinha, a tristinha, e varias outras
palavras que terminem com ´´inha´´ que você poder encontrar. E eu não
queria ser assim, ninguém quer. Li um livro, depois outro e mais outros.
Nunca consegui parar. O livro me salvou quando ninguém queria me
ajudar, eu tinha companhia quando ninguém queria ficar comigo. E sempre
foi assim nos últimos anos, o livro foi o melhor remédio pra minha
tristeza. Quando eu lia esquecia de mim por um tempo, não me lembrava de
quem eu era e nem o porque de o mundo estar desabando. Tem gente que
fala que estou perdendo tempo com meu livros e que a melhor época da
minha vida eu passei dentro da minha casa lendo um livro estupido, não
digo nada, sabe porque? Ninguém entende. As pessoas são estupidas demais
e acham que o melhor da vida está em uma festa, é beber até cair no
chão e acordar com ressaca, é dormir com alguém que acabou de conhecer e
amanha dormir com outro, é ter roupinha da moda e dinheiro na carteira,
felicidade pra gente estupida é isso e quem se isola é infeliz. Que
seja. Quem já leu A Menina que Roubava Livros sabe como as palavras, os
livros e a escrita salvou a vida da garotinha Lísel e também salvou a
minha. Para cada tristeza uma palavra, para cada dor um livro.
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