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domingo, 2 de setembro de 2012

Creio na sutileza do encontro, olhos nos olhos, sorrisos se abraçando, palavras se buscando, um palpitar que tem força para indicar uma direção, coisa que nem sempre fica vago demais, vulnerável demais, perdido demais. Observo que, toda a fragilidade ainda que cheias de declarações e juras de amor, se deve à facilidade que as pessoas têm de ser quem não são, ou quem gostariam de ser, mas não têm coragem nem se consideram capazes para tanto… Daí, as palavras são ditas mas não têm alma. Os sentimentos são descritos, mas não têm profundidade. Os encontros são idealizados, mas não têm força de realização, não têm disponibilidade suficiente para acontecerem… porque estão, sobretudo, impossibilitados pelo medo, pelos exageros cometidos, pelas condições reais ignoradas… E assim, quem está do outro lado, mergulhado até o pescoço nesta fantasia, fica sem entender… Perguntando-se o que foi que houve, o que deu errado, o que poderia ter sido, vivido, sentido, compartilhado… sem nunca realmente ter ouvido sequer a respiração ofegante do outro em busca de um amor que pudesse ser real. Porém, se é amor no plural, vivido entre dois corações que você deseja, este só é possível quando você tenta, quer aquilo que deseja. Que não seja hoje, mas tem de ser com dia e hora marcados… para que não se perca na ilusão da mente, tão desvairada num constante ir e vir de pensamentos contraditórios e suspeitos, vazios e, ao mesmo tempo, tão repletos de suas próprias dúvidas, tão sem mapas quando se trata de reconhecer os sentimentos. O amor segue pelo caminho do coração e não da virtualidade inexistente.

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