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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Agonia tomava sua cabeça; sofria. Conjuração à ordem dos pensamentos: sentimentos. Arrependimentos… Doía, machucava… Sofria, feliz; pior se sofresse por nada sentir. Ficava triste, e gostava. Parecia-lhe, quando em prantos, vir tão desejada inspiração. Desabava em lágrimas, mas quando pensava que a lenta tortura iria acabar, outro pensamento vinha aumentar ainda mais sua lástima, fazendo-a perder o rumo, a lógica, o raciocínio. Chorava, mudo e sem soluçar, lágrimas insosas, ácidas, descendo por (e queimando) seu rosto. Sofria calada. Como vestígio do seu pesar, seus olhos, inchados e vermelhos, entregavam seus momentos secretos de desalento. De tanto engolir soluços, sua mente se fragilizou, e hoje sabe: pensava errado, sentia errado, vivia errado.

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